Resiliência – a arte de superar

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Este mês, embora considerado o mês dos afetos, do amor, dos apaixonados, saltou-me à vista a emoção que se traduz na forma como lidamos com as adversidades. Na minha prática clínica são frequentes os casos de crianças que atravessam processos de separação familiar. Acabo por me dar conta que, nestes casos, falo muito em resiliência com os pais. São momentos muito difíceis para toda a família, mas em especial para as vítimas mais imediatas – as crianças. Esta é uma das situações em que se torna fundamental analisar e fortalecer a capacidade de resiliência destas crianças.

“O que era verdade num dia, deixa de o ser no seguinte… O que era certo e seguro, já não é… o que sabia, já não sei…”

É um caminho longo e por vezes bastante difícil, aquele que leva a superação da perda de uma família unida.

A criança pouco resiliente terá maior dificuldade em adaptar-se às mudanças e em resistir à pressão do conflito parental. Muitas vezes os filhos vêem-se nestas encruzilhadas de luta parental, onde as suas forças são postas à prova. Nunca é fácil… sem forças nem capacidade de superação, o desequilíbrio e desorganização emocional são o caminho mais frequente.

Há, no entanto, crianças que demonstram bastante resiliência e consequente capacidade de superar os obstáculos da vida, adaptando-se em relativamente pouco tempo à situação de divórcio. Estas são as situações felizes, em que tudo corre bem.

Faz sentido olharmos para as situações em que, crianças mais frágeis e pouco resilientes, necessitem de uma rede de suporte maior: mais atenção por parte dos pais, necessidade de menor exposição ao conflito parental, apoio da rede familiar, apoio dos professores e ainda o apoio psicológico. É nestes casos que o trabalho emocional é tão importante para pais e criança.

Dicas para promover a resiliência nas crianças:

– Reforçar positivamente as competências emocionais da criança;

– Trabalhar a autoconfiança de forma a criar forças de segurança interna;

– Demonstrar como é importante ter uma visão positiva e optimista sobre a vida;

– Estabelecer objetivos diários/semanais com posterior reflexão sobre a concretização dos mesmos.

– Refletir sobre situações difíceis do passado em que tudo correu bem e onde foram encontradas as soluções para o problema.

 

Lúcia Bragança Paulino

 

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