Confiança – como confiar no seu filho

Não é assim tão simples, eu sei. É certo que a confiança facilmente é quebrada nas relações humanas. Quando toca às relações entre pais e filhos a tarefa ainda é mais complexa! Confiar nos filhos para tomarem as decisões certas no dia a dia, é algo que muitos pais têm dificuldade em fazer. No entanto, é fundamental desde os primeiros anos de vida. A confiança de pais para filhos constrói a relação de confiança de filhos para pais, e ajuda a criança a aprender a confiar em si própria – a chamada auto-confiança.

Um jovem não expressa a sua individualidade nem expõe os seus reais sentimentos, quando não confia que estes sejam aceites ou compreendidos pelos pais. Na verdade, não aprendeu a confiar, porque também não confiaram nas suas opiniões ou decisões.

Os filhos sabem as regras, mas estão empenhados na missão de crescer e de se desenvolverem enquanto indivíduos. A cada passo que dão aprendem um pouco mais sobre si próprios, e este é um percurso individual.

Quebrar as regras às vezes, torna-se parte do processo de aprendizagem. Como quando o filho é apanhado a comer sorrateiramente um pacote de bolachas antes de jantar… ou quando a jovem faltou à aula de inglês porque ficou a consolar a amiga que chorava…

Como poderemos permitir que os filhos cresçam e desenvolvam a sua individualidade… se não confiarmos?

Para ajudar a desenvolver a confiança nas famílias, partilho algumas sugestões que ajudam a promover confiança:

– Saber ouvir: ouça o seu filho genuinamente e sem julgamento. A criança ou jovem vai sentir-se ouvida e confortável para partilhar mais.

– Seja paciente: quando o seu filho é apanhado a mentir, tal não significa que mente a toda a hora. A confiança é um processo dinâmico. O seu filho quebrará a confiança uma vez ou outra, e terá que aprender a recuperá-la. Seja paciente e permita que no processo recupere está confiança.

– Conversar sobre confiança: há temas de conversa fundamentais no decurso da Parentalidade, e a confiança é um deles. A honestidade é algo que precisa de ser ensinado, tal como as ferramentas certas para lidar com a desonestidade noutro tipo de relações.

– Respire fundo: se optar sempre por castigar quando o seu filho quebra a sua confiança, fará com que o medo se instale, e pouca aprendizagem resulte dessa consequência. Por outro lado, se conseguir parar antes de reagir, transmitindo a sua desilusão e que precisa de pensar sobre a situação, fará com que o seu filho reflita também, e as decisões ou consequências serão mais tranquilas e adequadas.

Aprender a confiar faz parte do crescimento individual de cada mãe e cada pai. Confie em si enquanto cuidador e tudo vai correr bem!

Lúcia Bragança Paulino