Uma nova forma de OLHAR para o mundo

proustOs nossos olhos e o nosso cérebro têm uma grande sensibilidade ao movimento súbito e à mudança repentina. Já com as mudanças graduais tudo é diferente. O nosso cérebro já não processa esta mudança da mesma forma. Isto explica bem porque é que quando desenvolvemos uma expectativa ou avaliação sobre uma pessoa em particular, tendemos a ficar agarrada a ela.

Este processo é compreensível, mas implica que com esta forma de processamento possamos muitas vezes deixar passar despercebidas mudanças importantes nessa pessoa. Às vezes, perdemos as mudanças que estão mesmo na frente dos nossos olhos porque estamos presos a conceitos ultrapassados. Ficamos tão acostumados a ver o filho desobediente desobedecer, que não detectamos quando faz um esforço por ser obediente.

E porque não iniciarmos este ano contemplando as pessoas das nossas vidas – família, amigos, colegas e estudantes – através de uns novos olhos? Podemos oferecer a hipótese de os ver exatamente como estão neste momento, ao invés de como eles foram.

E como é que isto é possível?

Se prestarmos atenção aos detalhes de uma forma consciente e pausadamente, estaremos realmente a olhar para estas pessoas de uma forma que permitirá verificar o que mudou. Tentar mesmo ver, como se nunca os tivéssemos visto antes.

Naturalmente ideias e pré-concepções podem surgir, mas podemos permitir que se desvaneçam e que não tenham tanto peso na nossa relação com as pessoas da nossa vida. Tornamo-nos assim mais curiosos por conhecer o que cada pessoa tem para nos mostrar naquele momento, damos maior abertura e no fundo, vemos com novos olhos! Desta maneira permitimos que o outro seja exatamente quem é!

 

 

Lúcia Bragança Paulino

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