ANSIEDADE – um olhar por quem a sente

ANSIEDADE

Vivemos num mundo cheio de stress… Temos horários rígidos, objetivos impossíveis de alcançar, expectativas altíssimas de uma sociedade típica ocidental, um excesso de tarefas diárias que nos comprometem as necessidades básicas, e aos poucos vamos tendo noção quando estamos a atingir o limite. Estes são os fatores que nos provocam a ansiedade dita normal, e nalguns momentos sentimos na pele um pico de ansiedade. No entanto há quem viva assim diariamente, ao ponto desta ansiedade perturbar as relações sociais, o desempenho e as rotinas diárias. É nestas situações que a ansiedade se torna dominante, e quem a tem perde o controlo.

Na verdade, a ansiedade deixa de ser normal quando a sua proporção é tão grande que começa a interferir no quotidiano.

“Não consigo parar de pensar… não consigo desligar-me das minhas preocupações…”

“Estou sempre a pensar que vou ficar doente… ou que vou morrer…”

“Não paro de imaginar que me vou perder dos meus pais…”

Estes são pensamentos recorrentes na mente de quem sofre de Perturbação de Ansiedade. É uma perturbação silenciosa e pouco visível, e por isso muitas vezes desvalorizada na nossa sociedade. No entanto, a Perturbação Ansiosa é a doença mental mais prevalente em Portugal – afeta 16,5% da população e é nos mais jovens que há maior incidência (entre os 18 e os 34) – dados da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental. Os números sobem de ano para ano na procura de ajuda para as situações de Ansiedade, que muitas vezes vem também associada a quadros de Depressão.

“Por mais que pareça irracional todas as minhas preocupações são bem reais!”

O dia a dia de quem sofre de Perturbação da Ansiedade é de uma extrema exigência. Tudo é pensado e reavaliado ao milímetro – cada sensação corporal, cada olhar dos que rodeiam, cada comentário, cada tarefa por concretizar – tudo, mesmo tudo é avaliado ao mais pequeno pormenor.

O facto de ser pouco visível leva a que na sociedade seja pouco aceite. “- Deixa-te disso, não vai acontecer nada…” e “- Vá isso já passa…” são frases típicas de quem não compreende a perturbação de ansiedade.

“Estou tão cansada… as preocupações e os meus medos deixam-me esgotada…”

É extenuante, desgastante, e leva muitos à beira de um abismo, com sensações de desespero e por vezes com o culminar de um ataque de pânico. Aprender a apoiar quem sofre de ansiedade é um passo importante para que aos poucos mais pessoas verbalizem o que é para si viver sob o terrível peso da Perturbação Mental Ansiosa.

Estas são 3 dicas preciosas para quem convive com alguém que sofre de Perturbação Ansiosa:

– Paciência

– Compreensão

– Não julgamento e não desvalorização

Cada dia é um desafio diário e para uma mesma situação, as reações podem ser diferentes. Esteja atento a quem tem historial de Ansiedade e se também sofre destes sintomas, não deixe de pedir ajuda.

 

Lúcia Bragança Paulino

 

One thought on “ANSIEDADE – um olhar por quem a sente

  1. A ansiedade é terrivel…. teima em não nos deixar!!! Quando me deito, um bocadinho, à tarde, e sem medicação, a minha cabeça nao para. Fecho os olhos… mas os pensamentos permanecem, aparecem de todo lado…
    Tudo que faço na vida tenho de encarar como um objetivo e no final do dia dizer…. consegui… teimar em contraria o que não me apetece!!! Porque na realidade apetece me muito pouco.

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